Criptomoedas e o mercado mobile em 2022, parte 4: números de usuários de aplicativos de criptomoedas e moedas digitais disparam

Como vimos em nosso recente Tudo sobre fintech: o playbook de moedas digitais de 2022, o mundo voltou sua atenção para criptomoedas mais do que nunca nos últimos anos. Essa atenção impulsionou o tópico para o mercado mobile, e profissionais de marketing e desenvolvedores começaram a encontrar maneiras inteligentes de aumentar a adoção de criptomoedas e transformar aplicativos em um ponto de acesso importante para ativos digitais.

Uma categoria relativamente nova no mercado mobile, os aplicativos que se enquadram na categoria de "criptomoedas" cresceram significativamente. Tendências do setor, como a adoção do Bitcoin, as stablecoins e os pagamentos, as finanças descentralizadas, as memecoins, os NFTs, o gaming e o metaverso, são os principais componentes desse fenômeno cultural e comercial em constante evolução.

Nesta publicação, analisamos detalhadamente como as instalações e as sessões cresceram nos últimos anos, ajudando os anunciantes em dispositivos mobile a entender melhor a enorme oportunidade de crescimento nesse cenário em 2022.

Ao longo de 2021, os downloads e as instalações de aplicativos de criptomoedas tiveram um crescimento significativo. Estáveis desde o aumento anterior no quarto trimestre de 2017, os downloads começaram a crescer novamente em 2020, quando os dados da Apptopia mostram que o crescimento ano a ano foi de até 64%. Em 2021, no entanto, esse número disparou para 401%.

Também é muito importante observar os padrões que pudemos ver nesse ano. Os downloads caíram 49% do segundo para o terceiro trimestre, mas se recuperaram 106% no quarto trimestre, correspondendo aos movimentos gerais de preços de criptomoedas e do Bitcoin, demonstrando a importância dessas flutuações para a aquisição de usuários (UA) e o reengajamento. O primeiro aumento que pode ser visto no gráfico abaixo ocorreu em abril, quando o Bitcoin atingiu quase US$ 64 mil, seguido por um novo pico em novembro, quando o preço atingiu US$ 69 mil.

Observando os dados da Adjust para colocar em perspectiva o segundo semestre de 2021, vemos os mesmos padrões representados nas instalações, que aumentaram 304% entre o fim de junho e a primeira semana de agosto, antes de caírem 45% em setembro e atingirem um recorde em novembro (junto com o recorde do Bitcoin).

Em nível regional, o crescimento de 2020 a 2021 foi impressionante em todas as regiões, apesar das diferenças nas jurisdições e regras relativas à publicidade ou até mesmo no desenvolvimento de aplicativos nessa categoria. A Europa, o Oriente Médio e a África (EMEA) registraram o maior crescimento ano a ano em 572%, com muitos mercados amigáveis a criptomoedas na região, seguidos pela América do Norte com 230%.

Ao analisar esse crescimento em comparação com outras categorias de fintech, que também cresceram imensamente nos últimos 24 meses como resultado da digitalização acelerada em mercados em todo o mundo durante os lockdowns relacionados à COVID-19, fica muito claro que as criptomoedas estão cativando o mercado. Bancos, pagamentos e negociação de ações tiveram um crescimento impressionante e consistente, atingindo 27%, 25% e 31%, respectivamente, mas esses números são totalmente eclipsados pelos 455% vistos em relação a criptomoedas.

O número de aplicativos nas lojas de apps também cresceu de forma constante. Uma inclinação inicial consistente pode ser vista em 2017 e 2018, mais ou menos na época da primeira "corrida de touros pelas criptomoedas". Essa escalada começou a declinar em 2019 e no início de 2020, antes de ser retomada a partir de julho de 2020. A linha de tendência coincide perfeitamente com a revisão da Apple de suas diretrizes de privacidade em junho de 2018 para aplicativos de criptomoedas. A ação da Apple baniu a mineração de criptomoedas nos dispositivos iOS, exigiu que títulos de criptomoedas fossem oferecidos apenas por instituições financeiras registradas e baniu especificamente aplicativos que ofereciam criptomoedas como recompensas por tarefas/eventos no aplicativo.

Com o amadurecimento do mercado de aplicativos de criptomoedas, tem sido mais fácil identificar tendências e comportamentos específicos da base de usuários. Dadas as altas taxas de retenção para a categoria (sobre isso entraremos em detalhes na próxima publicação desta série), não é surpresa que as taxas de churn sejam baixas e os números de sessões sejam altos.

De acordo com dados da Apptopia, as sessões aumentaram 63% de 2019 a 2020, antes de crescerem 567% em 2021, um salto impressionante.

Observando mais de perto o segundo semestre de 2021 com os dados da Adjust, podemos ver que o terceiro e o quarto trimestres crescem de forma gradual, mas constante, aumentando 300% entre junho e novembro.

As durações das sessões também são muito longas em comparação com os primos fintech das criptomoedas, embora seja importante observar que os aplicativos bancários e de pagamento exigem sessões significativamente mais curtas para a conclusão de tarefas e que a comparação não necessariamente revela todas as informações. Em 2021, os usuários de aplicativos de criptomoeda registraram uma média de 15,16 minutos por sessão, seguidos pelos de negociação de ações, com 11,71, os de pagamentos, com 5,02, e os de transações bancárias, com 5,01.

Em nível regional, e conforme os números de instalação, a região EMEA se sobressaiu, relatando um crescimento superior a 1000% no número médio de sessões. O próximo maior aumento é visto na América do Norte, com 544%, seguido pela APAC, com 159%.

Se compararmos esse crescimento com as outras subcategorias de fintech, os resultados e a narrativa também serão semelhantes aos das instalações. Todos as subcategorias têm um desempenho excepcional de 2020 a 2021, mas a de criptomoedas superou muito o resto do grupo com um crescimento astronômico de 729%. Para se ter uma noção, a subcategoria negociação de ações vem em segundo lugar, com 135%, um número que já é bem impressionante.