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Criptomoedas e o mercado mobile em 2022 parte 3: NTFs, metaverso e jogos baseados em blockchain

Fintech não é a única categoria de aplicativos que vivenciou impactos com o blockchain em 2021, jogos e entretenimento também estão preparadas para sofrer um abalo causado pelas criptomoedas e moedas digitais. De US$ 91,8 milhões em vendas em NTF à mudança do Facebook para Meta, e com as NTFs e o metaverso tornando-se temas muito comentados (e controversos) nas áreas de mobile, tecnologia, arte e jogos.

Como, na parte 2 desta série, abordamos o básico sobre blockchain e aplicativos de corretoras de criptomoedas, neste texto, vamos focar no que os NTFs, jogos baseados em blockchain, play-to-earn (P2E) e o metaverso significam para os desenvolvedores de aplicativos mobile em 2022.

O que são NTFs e o que eles significam para o mercado mobile?

Apesar das NTFs já existirem de alguma forma desde 2014 e terem uma forma padrão desde 2017, houve um aumento gigantesco no conhecimento e adesão do público entre 2020 e 2021. Conforme discutimos na parte um desta série, os recordes em leilões de NTFs de arte digital da Sotheby’s e Christie’s, o endosso de celebridades e a popularidade das coleções de NTFs como CryptoPunks e Bored Ape Yacht Club geraram um alvoroço em torno desses tokens em 2021.

Os NTFs são unidades singulares de dados em um blockchain que podem ser usados para representar uma propriedade digital. Diferente das criptomoedas, eles não são intercambiáveis. Cada NTF é único e só pode existir em uma carteira de cada vez. No entanto, ele pode ser transferido e negociado, o que o aproxima do termo de titularidade digital e do certificado de autenticidade.

Além de repercutir na arte, os NTFs tiveram um grande impacto na música, nos jogos, eventos e outras categorias de entretenimento por permitirem novos modelos de monetização para criadores, interoperabilidade de itens digitais e propriedade digital para fãs. Os jogos NFTs e blockchain atraíram quase US$4 bilhões em investimentos em 2021 e tornaram-se a maior categoria de investimentos do mercado. Grandes estúdios, como Electronic Arts e Take-Two Interactive, também argumentaram a favor do potencial de NTFs nos jogos.

No entanto, os tokens acabaram dividindo opiniões, pois vários jogadores rejeitaram os planos dos estúdios em adotar essa tecnologia. Quando a Ubisoft anunciou o uso de NFTs na franquia Ghost Recon, foi bastante criticada pelos fãs, o que levou alguns estúdios a abandonarem os planos de usar NFTs como resposta a essa rejeição. Ainda não sabemos se os NTFs vão ter sucesso nos jogos, mas, com o aumento de investimentos de marcas de todos os tamanhos, a adesão a esses tokens deve continuar a crescer em 2022. A Coinbase e a Gamestop estão lançando marketplaces de NTFs em 2022 e a Samsung anunciou que vai adicionar uma plataforma de NTF nas suas TVs Smart em seu planejamento para 2022.

No mercado mobile, marketplaces de NTF famosas como a OpenSea estão atualmente no modo apenas leitura, permitindo que os usuários mostrem seus NTFs nos aparelhos mobile. Cunhar ou criar NTFs em uma blockchain tem um custo, pois todas as transações precisam de uma taxa de uso (conhecida como gas). Por isso, os aplicativos como Rarible apresentaram o recurso "lazy mint" (cunhagem preguiçosa), que permite que o usuário crie um NTF de graça no aplicativo mobile, que só será registrado na blockchain quando alguém comprá-lo. Para aplicativos usando NTFs in-app, trabalhar com um MMP como a Adjust significa rastrear facilmente os eventos in-app associados a um NTF criado, assim como poder conectar e atribuir esses eventos a campanhas de aquisição e mensurar os usuários adquiridos com elas.

O que é metaverso?

A tendência dos NTFs também resultou em uma explosão do metaverso, em grande parte graças ao Facebook ter mudado seu nome para Meta e ter se definido como uma empresa do metaverso. O termo "metaverso" é um conceito da ficção científica, geralmente atribuído ao romance Snow Crash, de Neal Stephenson, e explorado em filmes como "Jogador Nº 1" (Ready Player One, em inglês). A obra refere-se a uma rede hipotética de mundos virtuais em 3D com que é possível interagir a partir das tecnologias de realidade aumentada e realidade virtual. Várias empresas veem o metaverso como uma evolução da internet e do mobile, em que o usuário interage com os domínios de imersão virtual e realidade misturada (ou mista).

Apesar da ideia de mundos virtuais não ser novidade, as invenções cripto-econômicas, como o livro-razão distribuído e os NTFs, permitem a criação de um estado universal que pode oferecer direitos de propriedade, identidade e o alicerce de propriedade digital necessários para um metaverso interoperável e aberto. O recente interesse em NTFs e criptomoedas, combinado com o anúncio da Meta e a popularidade de jogos imersivos e de multiplayers como o Roblox, gerou uma onda de interesse especulativo em projetos no metaverso e em criptomoedas, o que inclui um boom do mercado imobiliário virtual, assim como anúncios e investimentos de empresas como Microsoft, Nvidia, Disney, e Epic Games.

Apesar do metaverso ainda estar longe de ser funcional, os aplicativos, especialmente de jogos, não deixaram de ganhar dinheiro com todo o interesse que ele gera. De acordo com os dados do Sensor Tower, mais de 500 aplicativos adicionaram o termo "metaverso" no título ou descrição para tentar chamar a atenção do usuário, principalmente os jogos mobile, mas também os aplicativos de fintech.

Jogos em blockchain, play-to-earn e o mercado mobile

Começando com o crescimento do Axie Infinity, os jogos baseados em blockchain, em que os usuários podem ganhar moedas digitais, vem se popularizando como aplicativos de criptomoedas. Eles são conhecidos como play-to-earn (P2E), já que o usuário ganha uma recompensa pelas conquistas no jogo (em geral, um token que pode ser trocado por outras criptomoedas). Normalmente, esses jogos têm uma moeda interna, um marketplace e uma economia baseada em tokens (muitas vezes regulada pela comunidade de titulares de tokens). Alguns jogos começaram a incorporar a funcionalidade de finanças descentralizadas (DeFi), em um desenvolvimento chamado por vezes de GameFi.

Apesar dos jogos P2E estarem ganhando mais popularidade entre os usuários de criptomoedas, ultrapassando o DeFi como o principal uso de dApp, estes últimos são feitos principalmente para navegadores. Porém, os jogos PE2 em mobile estão começando a ganhar força. A Thetan Arena, um jogo multiplayer de arena de batalha online (MOBA, na sigla em inglês) com recursos de P2E lançado em novembro de 2021, já acumulou 10 milhões de downloads em menos de três meses e tornou-se o principal jogo de ação e luta em dezembro de 2021. Em seguida, em janeiro, houve o lançamento de Apes vs. Mutants, uma competição de RPG mobile baseada na famosa coleção de NTF Bored Ape Yacht Club, com funcionalidades especiais disponíveis para titulares de NTFs.

Os NTFs e modelos P2E oferecem novas oportunidades para os desenvolvedores de jogos mobile, mas também enfrentam diversos desafios, incluindo a sustentabilidade dos modelos de negócios P2E, uma combinação bem-feita de mecânicas de jogo e incentivo financeiro, a incorporação de nova infraestrutura de blockchain, mudanças regulamentares e mais. Ainda não se sabe como será o resultado desses modelos de mobile gaming, mas, com certeza, haverá uma nova leva de participantes neste universo a partir de 2022.

Conforme os jogos em blockchain e a funcionalidade de NTFs vão sendo mais usados no mundo mobile, a competição por usuários nessa categoria também aumenta, o que torna a aquisição de usuários algo crucial nesse novo espaço. Os MMPs como a Adjust são essenciais para ajudar os profissionais de marketing a rastrear e atribuir conversões, otimizar gastos com anúncios, usar deep links etc.

Baixe "Tudo sobre fintech: o playbook de moedas digitais de 2022" (lançamento em breve) para entender como foi o desempenho dos aplicativos de criptomoedas em 2021, como o engajamento do usuário nestes aplicativos se compara aos de negociações de ações e o que eles podem fazer para atrair e manter usuários com alto LTV.

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